SEJURI – Secretaria de Estado de Justiça e Reintegração Social

GOC do DEASE: A Força que Une Segurança, Reeducação e Empatia com Cães do sistema socioeducativo de SC

Em um cenário onde ressocialização e segurança precisam andar de mãos dadas, surge um grupo que alia técnica, sensibilidade e confiança mútua: o GOC — Grupo de Operações com Cães do Departamento de Administração Socioeducativa (DEASE). Desde março de 2021, essa unidade especializada tem se firmado como peça estratégica no sistema socioeducativo de Santa Catarina, reunindo agentes capacitados e cães cuidadosamente treinados para atuar em um eixo que une ordem institucional e fortalecimento de vínculos.

A missão desses cães está ancorada em um viés preventivo, educativo e disciplinar dentro das unidades socioeducativas, com base em um arcabouço jurídico sólido. Leis e decretos estaduais reconhecem e regulamentam a atuação do grupo, incluindo a Lei Complementar nº 777/2021, que define as atribuições dos agentes, e o Decreto nº 1.778/2022, que institui formalmente o GOC como força de apoio técnico-operacional no sistema.

De Chapecó a Criciúma: abrangência estadual

Hoje, o grupamento conta com cinco cães da raça Pastor Belga Malinois, divididos entre duas bases: uma em Criciúma e outra em Chapecó. A escolha dos animais não é feita apenas com base na raça, mas sim no perfil comportamental ideal para o ambiente em que vão atuar. A possessividade pelo brinquedo, o instinto de caça, a iniciativa própria e o temperamento equilibrado são elementos essenciais. O treinamento começa ainda na fase de filhote e segue por toda a vida útil do cão, estimada em aproximadamente oito anos.

Por trás de cada cão, há sempre um agente de segurança socioeducativo especializado em Cinotecnia Policial. Esses profissionais são mais que condutores: são parceiros inseparáveis dos animais. A convivência diária, o cuidado mútuo e o treinamento constante constroem um vínculo emocional sólido, que não apenas aumenta a eficácia da atuação, mas também garante o bem-estar dos cães. Em muitos casos, quando o animal se aposenta, é o próprio condutor quem solicita a guarda definitiva — um desfecho natural para uma relação baseada em confiança e companheirismo.

A rotina fora das ações também é marcada por disciplina e cuidado. Os cães vivem nas bases do GOC, em canis limpos, com alimentação balanceada, avaliações físicas diárias e acompanhamento veterinário constante, incluindo vacinação, controle de parasitas e monitoramento de peso. Tudo isso reforça o compromisso do DEASE com a saúde física e emocional dos animais.

Mais do que uma equipe de apoio técnico especializada, o GOC tornou-se um símbolo de inovação dentro do sistema socioeducativo. Sua presença é notada não apenas nas unidades, mas também nas ruas, praças e escolas, em ações educativas e terapêuticas. Em visitas a instituições como a APAE, por exemplo, os cães promovem interações afetivas e lúdicas, quebrando barreiras e humanizando o papel do Estado.

Ao mostrar que segurança e empatia podem — e devem — caminhar juntas, o GOC representa uma nova maneira de pensar a disciplina: não como imposição, mas como construção. Com seus cães, os agentes ajudam a cultivar ambientes mais seguros e, sobretudo, mais humanos. E talvez seja justamente nisso que mora a verdadeira potência desse grupo: fazer do latido uma forma de cuidado e da presença canina um instrumento de transformação social.

 

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